Padroeira da vida cotidiana

Vários santos acompanham a vida dos cristãos. Alguns invocamos nos momentos específicos, outros, aqueles mais próximos da devoção pessoal, todos os dias. Neste ano, pela quinta vez, a Igreja pôde celebrar o dia da beata Elisabetta Sanna. Os membros da União do Apostolado Católico no Rio de Janeiro, junto com Pe. Marcos Karny, prepararam-se para esse evento com a novena. O encerramento da novena e a celebração da festa da Beata Elisabetta foi celebrada, no dia 17 de fevereiro, na paróquia de São Roque. A Santa Missa foi presidida no altar com as relíquias da filha espiritual de São Vicente Pallotti, pelo Reitor do Seminário Maior Palotino Pe. João Sopicki. Durante a homilia, o Vice Regional, Pe. Artur Karbowy lembrou um pouco da vida da beata Elisabetta, que em sua vida cotidiana não foi privada das dificuldades. Nascida na Sardenha, com apenas três meses de idade contraiu varíola que paralisou seus braços. Embora deficiente física, se casou e criou cinco filhos. Também ajudou outras mães a criar seus filhos, ensinando-lhes o catecismo e preparando-os para os sacramentos. Depois de dezoito anos de feliz casamento ficou viúva. Cuidava da casa com dedicação, criando os filhos e trabalhando na igreja. O desejo que ela já havia sentido em sua infância de se entregar completamente a Deus ainda estava vivo nela. Fascinada pelos ensinamentos de um frei franciscano, decidiu fazer uma peregrinação à Terra Santa para aderir ainda mais a Jesus e assim servir melhor a sua família.

Na metade do ano 1831 deixa a Sardenha em direção a Terra Santa com seu confessor. Infelizmente, por razões além de seu controle, eles foram forçados a permanecer em Roma, onde permaneceu até a sua morte. Elisabetta, uma mulher solitária, doente e deficiente, analfabeta, que fala apenas o dialeto da Sardenha, encontra em Roma o Pe. Vicente Pallotti e deixa que ele guie a sua vida. Torna-se sua colaboradora e, ao mesmo tempo, mãe espiritual e membro da Obra que ele fundou – a União do Apostolado Católico. Seu modesto apartamento perto da Basílica de São Pedro torna-se um lugar que irradia fé e zelo apostólico. Ela reza nas igrejas romanas, como voluntária, cuida dos enfermos nos hospitais e se dedica ao trabalho cotidiano a comunidade que está sendo estabelecida com o padre Pallotti. Elisabetta Sanna morre em 17 de fevereiro de 1857 e é enterrada na igreja de SS. Salvatore em Onda ao lado de seu diretor espiritual, São Vicente Pallotti. Ela morre com a fama de santidade, e os romanos se reúnem em torno do corpo de uma pobre mulher da Sardenha. Foi beatificada em 17 de setembro de 2016 em Codrongenos, perto de Sassari, na Sardenha. Simplicidade, modéstia e normalidade encontramos na vida de Mamma Sanna, como é chamada a Elisabetta, na Sardenha. Padroeira da vida cotidiana; porque na vida cotidiana ela buscava Deus quando cuidava de sua casa e os necessitados. A sua vida simples tornou-se uma oração.

Pe. Artur lembrou o desejo da beata Elisabetta Sanna: “Gostaria que o céu estivesse cheio, o purgatório vazio e o inferno fechado”. Mamma Sanna percorreu o caminho do sofrimento e do sacrifício, da misericórdia e da oração, da simplicidade e da generosidade, ela pode ser a padroeira e intercessora de todos na luta contra as dificuldades da vida e na busca de Deus na vida cotidiana.

Durante a Santa Missa o grupo da UAC estava recebendo as doações de material de limpeza, higiene pessoal, água mineral e alimentos não perecíveis para ajudar os moradores de Petrópolis que perderam tudo por conta das fortes chuvas que caíram na cidade nesta semana. Ao exemplo da Beata Elisabetta queremos servir aos irmãos e irmãs necessitados.

Beata Elisabetta Sanna rogai por nos.